Algumas pessoas perguntam-se o porquê de tanta ênfase ao mês de março ser dedicado às mulheres. A resposta não está nas homenagens ou em decorrência das mulheres que morreram na fábrica de Nova Iorque. Muito menos na distribuição de flores ou pela luta longínqua para que cesse a violência física e psicológica a elas. Mais que isso, é por respeito e dignidade.
Já se passaram mais de 150 anos do incidente em que um grupo de trabalhadoras foram queimadas dentro de um galpão nos Estados Unidos e, mesmo assim, muitas mulheres continuam a ser impedidas de trabalhar ou sofrem preconceito por ocuparem postos de trabalho “categorizados” como masculinos. Enquanto isso persistir, elas ainda dependerão dos demais para se manterem.
Já se passaram mais de 15 anos que a Maria da Penha sofreu repetidamente de socos e pontapés, ficando paraplégica, dando nome a uma das mais famosas leis nacionais e, mesmo assim, diariamente, mulheres são vítimas de violência dentro de casa, por aqueles que dizem que as amam.
Há exatos noventa anos, o voto feminino foi permitido, sendo considerado o gênero majoritário entre os eleitores e, mesmo assim, o número de mulheres eleitas é pequeno, alcançando a vitória e sofrendo de “piadinhas” ou de assédios dentro dos prédios legislativos.
Poderia elencar diversos outros casos em que você, aí do lado, conseguiria ao menos visualizar exemplos reais, na sua casa, na sua família, na sua escola, no seu trabalho, na sua vizinhança, no seu país. Chega de aplaudir por trinta dias e zombar pelos restante do ano. Mulheres não querem reconhecimento, querem apenas viver com dignidade.