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Entrevista: professor de Biologia e mestre em Genética, Fabrício Queiroz explica efeitos das drogas


A data de 26 de junho foi escolhida para marcar o Dia Internacional da Luta contra o Uso e o Tráfico de Drogas. Instituída pela Organização das Nações Unidas, tem como objetivo conscientizar a população sobre os efeitos nocivos das drogas, não apenas à saúde, mas também às famílias, à economia e à sociedade como um todo.


Dados do último Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), divulgado em 2019, apontaram que em todo o globo há cerca de 35 milhões de pessoas que sofrem de transtornos decorrentes do uso de drogas e necessitam de tratamento. Além disso, 275 milhões de pessoas com idades entre 15 e 64 anos, consumiram drogas ao menos alguma vez no ano de 2016, quando foi realizada a pesquisa. O estudo registrou também um aumento de 60% nas mortes causadas diretamente pelo uso de drogas entre 2000 e 2015.


São dados que mostram a urgência em se aplicar ações efetivas no combate ao uso dessas substâncias. Pensando nisso, O Gabarito entrevistou o professor de Biologia do Colégio Dinâmico, Fabrício José de Queiroz. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e mestre em Genética pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), o professor compartilha com os leitores do blog informações importante sobre os efeitos das drogas no corpo humano, além de propor como o tema pode ser abordado com os jovens. Confira!


O Gabarito - De que forma o uso dessas substâncias podem impactar o corpo no curto, médio e longo prazos?


Professor Mestre Fabrício José de Queiroz - A maioria das drogas atua no Sistema Nervoso Central (SNC) alterando de alguma maneira o nosso psiquismo. Essas drogas psicotrópicas normalmente são classificadas em três tipos, de acordo com as perturbações que elas causam em nosso corpo, depressora, estimuladora e perturbadora do SNC. O impacto a curto, médio e longo prazos pode variar muito dependendo do tipo de droga. Por exemplo: o tabaco, a curto prazo pode causar falta de ar e asma, a médio e longo prazo, enfisema pulmonar e câncer. Já o álcool a curto prazo pode causar desinibição e a médio e longo prazo, gastrite, cirrose, neurite ou até mesmo a morte.


OG - Sabemos que há vários tipos de drogas. Na sua opinião, quais requerem maior preocupação quanto aos malefícios para o corpo?


FJQ - Na minha opinião, as drogas que causam dependência a curto prazo, baratas e de fácil acesso são as piores, como por exemplo o crack e o oxi, ambos derivados da pasta-base de cocaína. Uma vez dependente, o uso constante da droga trará prejuízos para a saúde física, mental e social do usuário.


OG - O combate às drogas é um tema que extrapola a esfera da saúde pública, envolvendo também segurança e políticas sociais. Qual o papel da escola e dos professores nessa conjuntura?


FGJ - O papel da escola e dos professores, juntamente com uma política pública articulada, pode ocorrer em duas esferas principais. A primeira seria informar e conscientizar a comunidade local sobre os danos na saúde física, mental e social, que as drogas causam a curto e médio-longo prazo. Em um segundo momento, promover atividades que integram as pessoas, como esporte, música, dança e arte, fazendo com que a inserção social possa ser um agente dificultador da promoção ao mundo das drogas.


OG - Este é um tema que muitos ainda têm dificuldade em abordar. A partir da sua experiência como professor no Ensino Médio, de que forma você acredita que o assunto pode ser tratado de forma a esclarecer os adolescentes quanto ao uso de entorpecentes?


FJQ - Eu acredito que a melhor forma de tratar esse assunto na escola seria com a interdisciplinaridade, tanto nas disciplinas regulares (História: uma abordagem histórica das drogas na humanidade; Geografia: sua distribuição geográfica e política; Matemática: a economia por trás das drogas; Química: a natureza química das drogas; Biologia: efeitos biológicos das drogas no organismo) quanto nos projetos pedagógicos complementares (Música , Arte e Teatro: artistas famosos que se afundaram nas drogas; Esporte: Campeonatos beneficentes para arrecadar doações para as casas de recuperação). Isso despertaria muito interesse nos alunos e um maior envolvimento e conscientização.

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